
De que me adianta os aplausos do público se eu mesma não me saudo?
Antes tivesse ouvido os conselhos de um amigo e tivesse a cumprimentado antes de me apresentar (a luna).
Quando tudo terminou, senti uma fagulha de invalidez, como se nada pudesse fazer...
eu senti que todo o espetáculo da minha vida, foi só uma peça para o príncipe.
E seus encantos se acabaram.
Dessa vez duraram menos, foi tudo um abrir e fechar de cortinas... e a magia se foi.
Talvez seja a hora de pendurar minhas sapatilhas... você sabe qual é meu lugar.
Aquele abandonado e distante farol, com a garota Silêncio.
Depois do espetáculo, os coadjuvantes teimam em ir comemorar.
E tenho eu motivos para isso?
O máximo que podia fazer era dirigir-me à uma taverna que fica perto do porto.
Bebi sozinha alguns drinks, não tive coragem de entregar-me à quantidade necessária pra me deixar desacordada na praia...
Nunca coragem suficiente.
Ao subir as conhecidas escadas, dirigi-me ao meu objeto noturno, meu telescópio. Onde posso sentir a cidade, vê-la, e não estar nela...
De lá eu vivo a apreciá-lo, mas ele nem vai saber.
Apreciar o quê?
Honestidade? sinceridade? elegância?
O que é mesmo que me encantou em Vossa Majestade?
Provavelmente a vida bandida...
Coisa de artista, o que sempre sonhei ter, mas nunca fui mulher o suficiente.
Já passa da meia noite, o príncipe tornou a sapo, e a cama me chama à eternidade.
Aproveite o silêncio ~