segunda-feira, 18 de abril de 2011

livre o suficiente


.é uma ótima forma de começar o dia, um ótimo dia pra começar a semana. mas eu só queria que meus pés não tivessem rumo certo, queria que minhas mãos não estivessem tão ocupadas, que não houvesse tanta bagagem e eu pudesse correr... pudesse sentir a água caindo no rosto, molhando o corpo, lavando a alma. talvez fosse realmente um dia perfeito, se não houvesse tanto por fazer! desejaria que não houvessem tantos rostos conhecidos, tantas obrigações e nem caminhos certos, percorridos.

que qualquer lugar que eu fosse, estivesse a me esperar e nele realizasse indizíveis feitos.

queria que sentir fosse suficiente, não houvesse necessidade de explicações... nunca fui muito boa com palavras --'

por isso amo os bebês! com eles não é necessário falar, só demonstrações, eles não se esqueceram o que é sentir...

e se eu pudesse correr? correr tanto que não me lembrasse mais de onde vim, até que meus pés doessem, minhas pernas amolecessem e eu caísse, sem reação.

talvez eu precise mesmo é correr de mim, me afastar de tudo que me lembra o que eu posso fazer comigo mesma.

já que não é possível, me abrigo em baixo de uma proteção que me impede de entrar em contato com o que cai lá fora. até que eu esteja livre o suficiente pra passar por ela sem me preocupar. . .

5 comentários:

Thai Nascimento disse...

Não podemos mudar na vida tudo o que queremos. Dizem que quanto a isso a única coisa a ser feita é dar um jeito de aproveitar o máximo possível, dando espaço pra um pouco de tudo.

Pode dar certo...

Daniel Aladiah disse...

Querida Ingrid
Começa por não te preocupares nem te aborreceres, já basta quando isso é inevitável... Depois, se olhares, pode ser que vejas, pode ser que não...
Um beijo
Daniel

Deftones disse...

Sabe por que gosto de blogs? Porque eles exprimem coisas de nós que não expomos frequentemente (algumas pessoas não expõem nunca) e porque pela continuidade, pelo histórico, pela vida do blog entende-se o universo e os conflitos pelos quais passam seus donos. Alguém que nunca te conhece mas que leia teu blog há anos saberá ter um panorama da sua vida totalmente diferente dos que te conhecem pessoalmente. Enquanto estes sabem o que você fez, onde estudou, quem namorou, o que cursou, que ambientes frequentou, aqueles sabem o que você gostava de estudar, o que você fazia por lazer, por obrigação, o que lhe motivava a continuar/terminar relacionamentos, o que te anima e desanima, etc.... eu estou falando isso porque me lembro tanto de outros textos seus trazendo uma visão sua sobre bons momentos que vivesse no passado, e este expressa o contrário, o seu dilema diante de coisas que em geral as pessoas tomam como elementos de uma vida bem-sucedida - você é jovem, universitária, está trabalhando, cheia de potencialidades, afinal, mas nada disso a supre existencialmente, quando você mais (pensa que) pode alavancar sua vida, é quando você mais a vê sendo estancada. Eu devo dizer que tenho "gostado" desse clima, mas não é gostar num sentido mórbido, a coisa de achar legal você estar com problemas; o que quero dizer é que aprecio a sua sensibilidade diante dessas questões, quando a orientação geral que as pessoas tomam é ignorar essas "crises", essas "viagens", essas "coisas de emo", e aceitarem que suas vidas estejam descendo a ladeira, se artificializando, tomando um rumo do qual não existe retorno seguro, pois daqui a pouco estarão tão envolvidos com seus empregos, casamentos, filhos (independente de quererem ou não), contas de água, luz e essas merdas, e elas mal entenderão como suas vidas ficaram amarradas desta maneira. Ou seja, emprego, filhos, não são coisas ruins - o problema é quando eles vão-se entrando na nossa vida sem nos darmos conta, sem entendermos bem como chegamos nesse destino lúgubre que é aquilo que chamamos de "vida normal". Deu vontade de falar mais, mas não somente de falar, mas de escrever sobre também, já que não há nada que aguce mais a sensibilidade do que um texto que a expresse assim de maneira tão urgente e vigorosa como o seu. Por ora, eu encerro apenas sendo não somente complacente, mas compartilhador de seus dilemas: eu também queria tais coisas, só nunca soube exatamente como dizê-lo... depois de te ler, agora eu sei.

Um beijo.

Contundentes.com disse...

A água da chuva: inodora, incolor e insípida; que, ao contato, nos contagia com sua essência.Nos tornando assim como ela... transparêntes !

Pena disse...

definitivamente a "fuga" não é tão ruim ou covarde como nossos ancestrais nos ensinaram. na verdade o "run away" é um desejo reprimido nao só por nos mesmos como para eles tb.

recordo-me de duas músicas: Run away e Somewere I belong (ambas do linkin park) eu recomendaria ver. fala muito,

sem mais por hora! ^^