quarta-feira, 18 de abril de 2012

me mantenho



ultimamente tenho me fingido de cega. isso impede que as pessoas vejam a vergonha estampada nos meus olhos e assim, também, não preciso encara-las. não que eu me importe com o que elas pensam, mas realmente não posso me dar ao desfrute de ignorar o que eu penso e como me sinto. não que precise abaixar a cabeça para alguém, mas estou abaixando a cabeça pra mim mesma, me humilhando pros meus erros pra que eles possam não mais voltar. se me finjo de cega, me fingir de surda é mais fácil ainda, ouço e faço que não ouço, assim eles nunca sabem se ouvi ou não.

mas, sabe o que eu faço quando me sinto humilhada por alguém como você? coloco meus saltos altos e uns óculos escuros no rosto. assim escondo meus olhos pra que você não possa ver como estou, porque o sorriso, esse é fácil dissimular. com meus óculos escuros e um sorriso no rosto, você pensa que nunca estive melhor, e com esses saltos altos, você acha que vou estar sempre por cima e, olhe, você esta certo porque pra gente que anda de salto alto, não é qualquer tropeço ou topada que derruba, não, viu!

sexta-feira, 13 de abril de 2012

ghosts

fantasmas são tudo aquilo que se vai, deixa de fazer parte da sua vida e volta vez em quando para te assombrar.
fantasmas de assombrações vivas.
alguns voltam para te mostrar porque ficaram para trás.
alguns, simplesmente, voltam... e voltam...
te impedem de seguir em frente.
mas, o problema é que nunca se materializam. voltam, mas não ficam.
é ilusão acreditar que será diferente uma vez mais, porque eles foram feitos para não existirem, de verdade, no nosso meio e tudo que podem é atrapalhar.
"eu sabia que você viria. sabia que voltaria. é o que você sempre faz. você disse que não fui clara, o suficiente, da ultima vez e que agora seria diferente. gostei de você dizer que permaneceria. sabia que não era verdade mas achei que, dessa vez, teria ao menos um adeus quando partisse. pensei que duraria mais. então dormi, sossegada, pois você disse que voltaria quando eu acordasse, mas, foi só um fechar e abrir de olhos e todo aquele papo já tinha se esvaído. não quero acreditar que, de novo, falei de tudo que não devia ser dito, e você com seus olhos vazios, pálidos, fingiu se interessar, mas de novo (e de novo) falei, falei e tudo que gastei foi tempo! se não veio para ficar, não volte mais! isso é tudo, engana-se ao pensar que só por estar aqui, já faz bem, nem precisa se explicar mais, pois cada vez pioram os argumentos. só vá..."

terça-feira, 3 de abril de 2012

sun goes



- "eu vejo pôres-do-sol!"
- "com que frequencia?"
- "todo tempo! e isso me gusta."

não sei que tipo de pensamento indecente isso me causa, mas gosto da noite e de como ela vem. o pôr-do-sol é um dos momentos mais bonitos de cada dia, é como se ele estivesse "chamando" a noite. ele se vai. e ela vem.
e não é só isso... acho que ele é meio como eu. mistura cores, sensações, pinta, é gradual. um pouco imponente. não pede licença. vem-faz arraso-acaba. e se você considerar que cada dia é uma vida nova, você não tem duas chances de vê-lo em uma mesma vida.
não acho que seja tão graciosa e indescritível quanto ele, mas, aprendi a ter o meu lugar...
sabe. eu não sou aquela mais. aquela eu era. hoje sou o que me tornei. goste [eu] disso, ou não.
numa selva de pedras, você precisa ser um pouco de britadeira [se é que me entende].
sometimes sinto falta da inocência e de não ter que me expor, mas já que o fiz, preciso enfrentar, seja o que for. não que eu não goste de correr, mas essa não é uma opção. tudo aquilo de que você corre, volta pra te perseguir.
eu sei, eu sei, talvez tenha me tornado um pouco má, mas isso se chama escudo, costuma proteger a mente e, às vezes, o coração.