sexta-feira, 20 de maio de 2011

Entorpecida



o desejo de escrever incomodava tanto que tirava o sono.

talvez seja a leitura excessiva. o fato é que um certo torpor tomou conta de seu corpo e abriu os olhos de relance. ao abrir os olhos encontrou uma cena perfeita...

a música falava sobre esquecer. as luzes mudavam depressa e só havia uma estrelha no céu - na verdade haviam outras também, mas essa se destacava, brilhava absoluta - dava pra pensar: mas uma imensidão de céu para uma só estrela? isso é egoísmo! sentindo-se membro da realeza, a lua a rainha e ela a princesa. a lua um capítulo à parte, em toda sua nobreza.

escolho falar sobre as estrelas daquela noite. um céu de um azul escuro, bem clarinho... a princípio só se podia ver uma estrela (como já foi dito), mas se estreitando os olhos, dava-se pra ver as outras tímidas, como vagalumes distaaantes... que aos poucos se abriam, iluminavam por pouco e se escondiam. era como uma colcha escura, clarinha com milhões de purpurinas que só se podia ver o reflexo. e só alguns quilômetros à frente, foi possível ver a lua. gigante. brilhando.

a verdade é que apesar de, por alguns minutos, essa tela hipnotizar, não era possível desviar o pensamento e não importava quem estava ao seu lado, segurando sua mão, consolando seu coração, respirando alto. os arrepios a tomavam por não querer pensar. não querer admitir. não querer acreditar. por vezes é mais fácil e mais recomendável, tentar se enganar.

afirmar é como permitir. negar parece afastar.

e no mesmo ritmo [entorpecida] adormeceu e sonhou...

5 comentários:

Contundentes.com disse...

100% torpor !

Pena disse...

parece catarse ou até um próprio deajavu, mas sabe aquela sensação de que já quis escrever isso enquanto voltava para mantena no busão da facul? rs... poisé.

coincidencias a parte, passo aqui para me felicitar com a nova maré de postagens que este farol nos tem proporcionado!

de fato, muitas vezes para que as postagens venham a sair boas as vezes nós estamos bem mal, ou confusos, ou tristes e por aí vai.
mas como dizia a harlequina né: quanto mais triste, mais bonito soa...rs.


seja feliz, completa e continue simples como sempre Ingr! Bjão!

Um brasileiro disse...

ola. tudo blz? estive por aqui. muito legal. gostei. apareça por la. aproveite e vote em mim nos tops. abraços.

Deftones disse...

Que imagético. Daria um belo curta esse conto. Uma bela narração de fundo, uma bela canção. Daria uma bela peça, poderia ser representada em dança. Gostei tanto desse conto, achei tão bonito que queria eu mesmo tê-lo feito - e isso se liga à egolatria de que falei no seu outro post -, mas é porque acho que pra seres individualistas como nós humanos, só consideramos de fato algo BOM - fora de série - quando pensamos que queríamos tê-lo produzido antes. Mas pensei na lua, na estrela solitária, quase adormeci junto dela admirando essa pureza em literatura...

Deu vontade de escrever também, como deu nela...

Um beijo Ingrid, quase uma roteirista... até mais!

Ind Caroline x) disse...

Nossa, Leon... sinto-me lisongeada - e feliz! vc expressou algo em q eu penso... sempre gosto de me inspirar em uma música e me imaginar representando um monólogo do que escrevi, por isso coloco uma sonoridade nas palavras pra que o texto todo pareça mais melódico... quem sabe um dia né? ;)
beijos e obrigada!