terça-feira, 3 de abril de 2012

sun goes



- "eu vejo pôres-do-sol!"
- "com que frequencia?"
- "todo tempo! e isso me gusta."

não sei que tipo de pensamento indecente isso me causa, mas gosto da noite e de como ela vem. o pôr-do-sol é um dos momentos mais bonitos de cada dia, é como se ele estivesse "chamando" a noite. ele se vai. e ela vem.
e não é só isso... acho que ele é meio como eu. mistura cores, sensações, pinta, é gradual. um pouco imponente. não pede licença. vem-faz arraso-acaba. e se você considerar que cada dia é uma vida nova, você não tem duas chances de vê-lo em uma mesma vida.
não acho que seja tão graciosa e indescritível quanto ele, mas, aprendi a ter o meu lugar...
sabe. eu não sou aquela mais. aquela eu era. hoje sou o que me tornei. goste [eu] disso, ou não.
numa selva de pedras, você precisa ser um pouco de britadeira [se é que me entende].
sometimes sinto falta da inocência e de não ter que me expor, mas já que o fiz, preciso enfrentar, seja o que for. não que eu não goste de correr, mas essa não é uma opção. tudo aquilo de que você corre, volta pra te perseguir.
eu sei, eu sei, talvez tenha me tornado um pouco má, mas isso se chama escudo, costuma proteger a mente e, às vezes, o coração.

2 comentários:

Leon K. Nunes disse...

Acho que você tem se saído bem nesse processo confuso que é enfrentar as vicissitudes disso que chamamos selva de pedra, dessa nova vida selvagem. Você diz que não é mais aquela; é bom que se perceba assim, é bom que saibamos demarcar as diferenças entre o que éramos e o que somos. Eu digo, por outro lado - e não há aí nenhum tipo de oposição nas nossas visões, que neste caso se completam -, que vejo em você muito mais semelhanças do que diferenças em relação àquela Ingrid que conheci anos atrás... isso porque você mudou, eu mudei, as coisas que nos ligavam mudaram, mas esse é o processo vital: mudar para ser o mesmo. Acho que é isso que temos feito, e acho que isso que me faz (querer) manter esse vínculo com você, isto é, eu a admiro por isso, pela maneira que, consciente e inconsciente, você tem enfrentado essas coisas todas, e você tem sempre mantido uma coerência de personalidade mesmo quando não parece haver coerência alguma......... beijão.

Leon K. Nunes disse...

Gostei da alegoria do pôr-do-sol. Sabe o que eu fiz no dia 20 de dezembro, véspera da minha cirurgia? Fui ver o pôr-do-sol no Rio Potengi, vi os barquinhos, vi aquela mata no fundo, e vi o sol e as cores circulantes se retransformando a cada instante, num viual de difícil esquecimento. Eu sabia que demoraria a voltar a vê-lo, então fiz isso, e fiz bem; ainda hoje tenho a imagem fotograda em minha mente...... beijos...