quarta-feira, 3 de novembro de 2010

estranho

não precisa fazer sentido...

se mesmo com a chuva que escorre lá fora, não consigo ver sentido em continuar sentindo esse frio um frio por saber que além de estar sozinha, estou solitária. se hoje fosse meu último dia, eu iria sem glória... não teria chance, e nem vontade, de ligar para aqueles que nem em vida se interessam... e se eu consumisse hoje todas as cartas, todas as fotos e tudo que me lembra que um dia eu existi? teria eu ainda memória pra recordar todos aqueles por quem chorei e todos os lugares por onde andei, os lábios que beijei, e aqueles a que me abstive? por acaso seria mais fácil se eu pudesse desistir? já que jamais, até hoje, encontrei aquilo (aquele) a quem imagino estar procurando por todo esse tempo, se é que isto/isso/ele existe. e se eu começasse de novo, qualquer coisa serviria, em qualquer lugar eu iria e jamais se importar se ninguém nunca se importou. e mesmo àqueles com quem me incomodo seria apenas um sorriso, porque nada vale esse descontrole, mas a verdade é que eu nem mesmo sei se eu estou procurando algo ou se é algo que está me procurando, se eu preciso ou só sinto falta, mas a verdade é que alguma coisa não está normal, parece que tá tudo
minúsculo e il3g!v£[ é como quando você entra em casa e tem a sutil impressão de que alguém esteve ali e algo não está como estava antes, é como se alguém estivesse estado aqui e algo não está como estava antes. mas você esquece e entra em casa e vai pro quarto, toma um banho e tira roupa molhada de chuva, um banho quente cai bem, porque você nem sequer reconheceria o que é que está fora do lugar. mas quando as coisas se acertarem, será que você vai se lembrar?

4 comentários:

♥ Evelin Pinheiro ♥ disse...

Ingrid... cada hora que passa me convenço mais de que estamos num surto de "crises existenciais"! Por vários blogs que passei o assunto é relativamente o mesmo. E até a minha ultima postagem entitulada "nem que eu bebesse o mar..." passa por essa linha.
Dá uma olhada lá!
Vc não está só!! =D

BeijO*-*
http://evesimplesassim.blogspot.com/

Deftones disse...

Eu gostei desse texto. É um dos melhores que já li. Acho que porque há tanto espaço pra poesia na prosa que foge à obviedade dos versos. Esses dilemas todos vêm a calhar, às vezes nos perguntamos isso mesmo e às vezes nos sentimos isso. Às vezes procuramos e não encontramos; e encontramos logo quando acreditamos ter deixado para lá. Eu acho que, diante desses conflitos amorosos, o que há é sempre uma imprevisibilidade latente. Quando tudo parece iminente demais, as coisas esbarram-se em si mesma, ou em algum obstáculo invisível, que até segundos antes não conseguíamos enxergar ali. Mas ele está... e então o jeito é tentar repensar tudo isso, é tentar encontrar nas brechas desses conflitos, algumas respostas que procuramos. Será que conseguimos? Meio difícil, tão difícil quanto lembrar disso tudo quando as coisas vierem a se acertar...

Ótimo texto, gostei do visual, sempre a alegoria do farol... muito boa. Estou pensando em fazer algo parecido, ou no Literatura Vil ou em alguma outra coisa... Beijão.

Doutor Walzemhut disse...

haha, cheers!

Anônimo disse...

Quem nasceu primeiro,a pergunta ou a resposta ?

E qual delas te faz melhor ?

Voce tem obtido muitas respostas ultimamente ou as perguntas tem assombrado os seus dias ?

Perguntas ? - Voce nem imagina o quanto elas podem destruir voce - Ou te dar um sentido pra viver !